quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

MUNICÍPIOS PODEM PERDER RECURSOS DO MEC PARA CONSTRUÇÃO DE ESCOLAS INFANTIS

Proinfância envia há cinco anos verbas para as prefeituras desenvolverem os projetos (Foto: Carlos Queiroz - Infocenter DP) 
FOTO: CARLOS QUEIRÓZ
CASO SERÁ DEBATIDO EM BRASÍLIA PARA ACHAR UMA SOLUÇÃO 

Apesar de as matrículas na Educação Infantil crescerem no Estado - de 2008 a 2012 houve um incremento de 21% -, a criação de novas vagas direcionadas à etapa parecem não seguir o mesmo ritmo. Segundo o Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS), três anos atrás 90,5% dos municípios gaúchos não estavam nem perto de atingir a meta do governo federal de atender metade da população de zero a três anos até 2020. Na Metade Sul a situação também é complicada e pode piorar caso os municípios não consigam terminar as mais de 30 escolas de ensino infantil previstas à Zona Sul, algo possível conforme levantamento feito pela Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul).

Desde 2010 o Ministério da Educação, através do programa Proinfância, tem enviado recursos à região para a construção das unidades. Apesar disso, problemas nas licitações e insuficiência de verbas têm atrapalhado a efetivação dos convênios fechados antes das mudanças no regime de contratação das empresas responsáveis pelas obras. A partir de 2013, estas começaram a ser contratadas através do chamado Regime Diferenciado de Contratação (RDC), em que o governo federal faz o pregão e o município entra apenas com o terreno e a infraestrutura para instalação da escola.

 Agora, os municípios que fecharam acordo com o MEC antes de 2013 enfrentam dificuldades, principalmente orçamentárias, pondo em risco a criação das vagas. Conforme o presidente da Azonasul e prefeito de Herval, Ildo Sallaberry, algumas prefeituras estão tendo dificuldades para finalizar as obras por falta de recursos. Isto porque a verba encaminhada pelo MEC por meio da Fundação Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) - cerca de R$ 800 mil, dependendo do projeto - não cobre os custos totais que ultrapassam R$ 1,1 milhão. Além disso, quem assinou o convênio em 2009, por exemplo, recebeu menos ainda e hoje não consegue cobrir os custos das obras.

 Vagas na região
 
Dos 876.829 habitantes da Zona Sul, aproximadamente 58,3 mil têm entre zero e cinco anos. Destes, 17.413 estão matriculados em creches e pré-escolas distribuídas pelos municípios da região, enquanto o restante aguarda uma vaga na rede pública ou estuda na rede privada, sem contar os que ficam em casa com a família. O levantamento foi feito pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS) e revela: para cumprir as metas do Plano Nacional da Educação (PNE) os 22 municípios da Azonasul precisão criar mais de oito mil vagas em pré-escolas - para crianças de quatro a cinco anos e 11 meses - até 2016 e outras 14,8 mil para creches - direcionadas aos de zero a três anos e 11 meses - até 2020.

INFORMAÇÕES: DAIANE SANTOS

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