COM A PARALISAÇÃO,COMEÇAM A FALTAR COMBUSTÍVEIS E ALIMENTOS
Com a divulgação do acordo entre representantes dos caminhoneiros e o
governo federal, a população esperava ver o fim do movimento de greve
da categoria em todo país. No entanto, nem todas as lideranças
concordaram com as medidas negociadas. Seis estados ainda apresentaram
bloqueios e manifestações: Ceará, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro,
Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Em Pelotas, a crise de abastecimento
de combustível se agravou, resultando na diminuição de horários no
transporte coletivo e nos serviços municipais, como agentes de trânsito e
recolhimento de lixo.
Buscando minimizar os efeitos dos bloqueios de cargas, a Justiça
Federal do município determinou, em medida liminar, a passagem de
veículos de combustível e leite. Foi estipulada multa de R$ 5 mil por
caminhão impedido de prosseguir. No entanto, não há garantias de que as
sentenças serão acatadas pelos manifestantes. As incertezas ainda
incluem o número de trabalhadores parados e os impactos sobre outros
setores da economia local, como comércio, correios e distribuição de
medicamentos.
Durante a quinta-feira, nove trechos das rodovias pela Zona Sul
tiveram manifestações. Na BR-116, nos quilômetros 389, 397 e 401, em
Camaquã, e no 454 e 465, em São Lourenço do Sul. Em Pelotas, a BR-116
teve protestos nos quilômetros 481 e 529 e na BR-392, no quilômetro 66.
De acordo com a 7ª Delegacia da PRF, um bloqueio de caminhoneiros foi
desarticulado no quilômetro 125 da BR-392, em Candiota. Em outro ponto
da mesma estrada, no quilômetro 74, três pessoas foram presas por atos
de vandalismo e apedrejamento de caminhões.
Embora o fluxo de veículos esteja liberado desde a determinação
judicial, os trabalhadores mantêm a paralisação. O Rio Grande do Sul é o
estado com mais interdições ou atos, abrangendo no mínimo 32 trechos,
segundo o último boletim da PRF. As lideranças gaúchas estão mais
afinadas ao Comando Nacional do Transporte (CNT), órgão que não
participou da rodada de negociações com o governo federal. Liderado por
Ivar Schmidt, o CNT luta principalmente pela redução do valor do diesel,
pauta considerada fora do debate pela Presidência da República.
INFORMAÇÕES E FOTO: CAROLINA MARASCO
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