terça-feira, 24 de março de 2015

TERÇA-FEIRA É O DIA MUNDIAL DA TUBERCULOSE

Secretaria de Saúde tem investido na informação da comunidade (Foto: Jô Folha - DP) 
FOTO: JÔ FOLHA
MAIOR PROBLEMA É O PACIENTE PARAR NO COMEÇO DO TRATAMENTO

No Dia Mundial de Combate à Tuberculose, o Diário Popular traz a tona o aspecto mais perigoso da doença: o silêncio. A patologia, esquecida pela maioria da população devido aos avanços observados no seu tratamento, continua fazendo vítimas em todo o mundo. Somente em Pelotas, uma média de 260 novos casos são diagnosticados todos os anos, com pelo menos um óbito anual. Apesar dos índices de mortalidade não chegarem a 1%, o problema preocupa, principalmente pelo grande número de abandonos do tratamento que deveria durar seis meses. Nesta terça-feira (24), aproximadamente 7% dos pacientes param de tomar a medicação aos primeiros sinais de melhora.

Segundo a superintendente de Ações em Saúde da Secretaria de Saúde (SMS), Eliedes Ribeiro, o município tem investido no combate à doença, por meio de campanhas e capacitações envolvendo os agentes comunitários de saúde. Mesmo assim, os índices de incidência da tuberculose em Pelotas vêm se mantendo estáveis nos últimos dez anos, ao contrário do restante do país, em que houve uma redução de quase 23% na taxa de novos casos. Atualmente uma das principais dificuldades enfrentadas pelas equipes de controle - além do abandono do tratamento - é o diagnóstico da doença e a falta de informações por parte da comunidade.

Para tentar minimizar o problema, desde janeiro a prefeitura realiza o exame de baciloscopia. O procedimento é considerado a forma mais rápida, barata e fácil de identificar o problema. "O que antes se levava dois meses para descobrir, nesta terça-feira pode ser detectado em quatro horas." A assistente social Josane Sedrez, responsável pelo programa contra a tuberculose na cidade, é categórica ao reafirmar a necessidade atenção por parte da comunidade com relação a infecção. "Se o paciente está tossindo há mais de três semanas é bom fazer o exame para confirmar ou descartar logo a doença. É melhor do que perder meses preciosos de tratamento fazendo exames caros e, muitas vezes, desnecessários."

De acordo com as duas profissionais, nesta terça-feira observa-se um fenômeno perigoso: a população perdeu o medo da tuberculose, mas, apesar de ter cura, ela continua tão perigosa quanto no início do século 20, caso não seja tratada. Atualmente, a melhor forma de prevenir a transmissão da doença é o diagnóstico precoce, o que permite o início do tratamento - totalmente gratuito - o mais rápido possível. Quinze dias após iniciada a medicação, a pessoa já não transmite mais a doença, explica a enfermeira da SMS, Lenice Muniz. Apesar disso, o paciente não pode interromper a medicação. "Se o doente parar antes, a doença se torna resistente e a cura fica mais difícil."

INFORMAÇÕES: DAIANE SANTOS

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