FOTO: JÔ FOLHA
MAIOR PROBLEMA É O PACIENTE PARAR NO COMEÇO DO TRATAMENTO
No Dia Mundial de Combate à Tuberculose, o Diário Popular
traz a tona o aspecto mais perigoso da doença: o silêncio. A patologia,
esquecida pela maioria da população devido aos avanços observados no
seu tratamento, continua fazendo vítimas em todo o mundo. Somente em Pelotas,
uma média de 260 novos casos são diagnosticados todos os anos, com pelo
menos um óbito anual. Apesar dos índices de mortalidade não chegarem a
1%, o problema preocupa, principalmente pelo grande número de abandonos
do tratamento que deveria durar seis meses. Nesta terça-feira (24),
aproximadamente 7% dos pacientes param de tomar a medicação aos
primeiros sinais de melhora.
Segundo a superintendente de Ações em
Saúde da Secretaria de Saúde (SMS), Eliedes Ribeiro, o município tem
investido no combate à doença, por meio de campanhas e capacitações
envolvendo os agentes comunitários de saúde. Mesmo assim, os índices de
incidência da tuberculose em Pelotas vêm se mantendo estáveis nos
últimos dez anos, ao contrário do restante do país, em que houve uma
redução de quase 23% na taxa de novos casos. Atualmente uma das
principais dificuldades enfrentadas pelas equipes de controle - além do
abandono do tratamento - é o diagnóstico da doença e a falta de
informações por parte da comunidade.
Para tentar minimizar o problema, desde
janeiro a prefeitura realiza o exame de baciloscopia. O procedimento é
considerado a forma mais rápida, barata e fácil de identificar o
problema. "O que antes se levava dois meses para descobrir, nesta
terça-feira pode ser detectado em quatro horas." A assistente social
Josane Sedrez, responsável pelo programa contra a tuberculose na cidade,
é categórica ao reafirmar a necessidade atenção por parte da comunidade
com relação a infecção. "Se o paciente está tossindo há mais de três
semanas é bom fazer o exame para confirmar ou descartar logo a doença. É
melhor do que perder meses preciosos de tratamento fazendo exames caros
e, muitas vezes, desnecessários."
De acordo com as duas profissionais,
nesta terça-feira observa-se um fenômeno perigoso: a população perdeu o
medo da tuberculose, mas, apesar de ter cura, ela continua tão perigosa
quanto no início do século 20, caso não seja tratada. Atualmente, a
melhor forma de prevenir a transmissão da doença é o diagnóstico
precoce, o que permite o início do tratamento - totalmente gratuito - o
mais rápido possível. Quinze dias após iniciada a medicação, a pessoa já
não transmite mais a doença, explica a enfermeira da SMS, Lenice Muniz.
Apesar disso, o paciente não pode interromper a medicação. "Se o doente
parar antes, a doença se torna resistente e a cura fica mais difícil."
INFORMAÇÕES: DAIANE SANTOS
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